segunda-feira, agosto 29, 2005

15 - A IMPOSSÍVEL ESCOLHA (*).

Veio, com unhas e dentes, uma voz.
Seguramente de Deus ou do Diabo.
Que me disse: TEM QUE ESCOLHER!
Isso, e assim, me disse.

Mas à voz autoritária respondi:
NÃO ESCOLHO, SENHOR, NÃO ESCOLHO
Isso, e assim, respondi.
Tenho uma fome insaciável
Que reclama pão e metafísica
Que me leva ao alto da montanha
Para defender as moscas de luz.

QUERO TUDO, eu disse.
Quero o verso, quero o filho.
A Amazônia que não faz mal a ninguém:
Quero acima de qualquer ameaça.

Assim eu disse, claramente
ao Diabo, a Deus:
AINDA QUE ME PARTAM EM QUATRO,
EU NÃO ESCOLHO!

(*) Paráfrase de um poema de Humberto Constantin, poeta argentino.