sexta-feira, novembro 13, 2009

DIVAGAR, SEMPRE

- No Brasil os honestos e os abstêmios padecem de uma certa exclusão social. Se assim continuar, não demora e serão considerados peixes fora da água – impiedosamente abatidos. - Segundo Ana Paula Souza (“Folha de São Paulo, de 11/10/09), o filme de Nelson Hoineff, “Alô, Alô, Terezinha”, a ser lançado, “leva à catarse. E ao ódio”. Hugo Possolo (na mesma edição do jornal) faz a comparação do programa de Abelardo Chacrinha Barbosa com a enfadante programação domingueira dos atuais canais televisivos: “o possível herdeiro da pança que balança, Faustão, não se perdeu na noite e fincou o pé nos domingos, tornando-os piores que uma enfadonha segunda. Mauricinho de camiseta pólo, colocou terno no pagode e casaco de couro no sertanejo. Chacarinha era feira-livre e Faustão é shopping center”. Quem vai querer abacaxi? Roda, roda e avisa!” - Marcelo Gleiser, na folha de 08/11/09, afirma que a internet está transformando o mundo, “mas que revolução é esta, isso é ainda uma incógnita”. Um benefício ou um malefício? No mundo real ou no virtual? - Também a romancista Lya Luft aborda o assunto, na VEJA de 04/11/09, afirmando que “como tantas coisas neste mundo contraditório, a internet é ao mesmo tempo covil de covardes e terra de maravilhas”. O título de seu artigo é “NÃO FUI EU!”, no qual denuncia a mão leve dos plagiários de plantão que inserem textos de ínfima qualidade e de deslavadas mentiras como se fossem de Drummond, de Pessoa, de Clarisse Lispector, de Arnaldo Jabor, e dela, Lya Luft. Porca miséria, heim? - O cometimento de uma certa malandragem sempre foi constatado no corportamento social do brasileiro, herdeiro que é do eterno humorismo português. Uma malandragem epidérmica que pode, às vezes, até incomodar, mas sem ferir. Quando, porém, a comicidade descamba para a dramaticidade, aí a malandragem pode descambar para a tragicidade da corrupção desmesurada dos costumes que abre tantos precedentes no filão de tantas ações politiqueiras dos mandatários municipais, estaduais e federais. A trampolinagem é tão célere que está afetando até essa nova e bela forma de comunicação humana, que é a internet. Eu mesmo (um obscuro autor literário) estou sendo considerado, num site de ampla divulgação online, como autor de um texto pornográfico, descrito e narrado em termos de primeira pessoa de uma pessoa de sexo feminino. Solicitei reiteradamente a corrigenda – e não fui atendido. Lamento muito a contrafação, sabendo que disponho de outros modos de expressão para o erotismo, que é, sim, um principio dos mais fundamentais, de nossa terrena existência. - O exercício repetitivo da obediência leva o individuo a tornar-se, pelo apático despreendimento de sua individualidade, um ser irresponsável, já que vive sob tutela e, assim, é facilmente cooptado pelas lideranças setoriais (família, chefia) e políticas (adesismo fácil aos partidos e ideologias). - Darwin era casado com uma prima de primeiro grau e com ela teve dez filhos, sendo que dois faleceram ainda na infância. Tal fato (o casamento endogâmico) levou-o a fazer experiências de fecundar plantas com o pólen delas mesmas – e observou que as gerações eram mais débeis. Vemos, pois, que suas contribuições científicas vão muito além do evolucionismo, chegando aos prenúncios da genética, de forma insofismável. - Voltando ao tema da misoginia e ao que disse sobre o fato das piedosas mulheres não terem sido escolhidas como discípulas de Jesus e mesmo assim serem as pessoas que não O negaram no crucial momento do Sacrifício..., creio que a questão da diferença preconceituosa dos dois sexos, que inferioriza o papel feminino, tem que ser reestudada não apenas através do ponto de vista da ortodoxia religiosa, mas sim, sob o crivo da ciência. Só assim a mulher poderá situar-se no lugar que lhe cabe no relacionamento social da humanidade, ou seja, em pé de igualdade e não de inferioridade.