sábado, outubro 24, 2009

ISCAS AO LÉU

Li e reli as palavras urdidas ao longo do tempo, reunidas ao longo do tempo pelos seres da história da natureza, pelos seres da história da civilização. E as palavras eram as mesmas, novinhas em folhas, jogadas ao lixo. Li os poemas do homem, retratando-se. Li os poemas da mulher, exorbitando-se. Ambos (poemas e seres vivos) enfocados na convivência da universal amizade, na terra natal das circunstâncias. Vi de relance as palavras que se escondem nos momentos vitoriosos ou derrotistas. Elas engasgavam de vez em quando. Elas falavam das coisas que fazem bem e fazem mal à pele, à digestão.... Vi o angustioso fazer-se do canto, prontinho, jogado às moscas nas réstias do sol, colhido nas ruínas da casa herdada, tardiamente. Li e vi e vivi, sabendo e sentindo que os feixes e as iscas das intermináveis palavras referem-se ao mistério da vida no mundo (um mistério repleto de chaves confusas).