DELEITE
Ao ver no ar as pombinhas brancas
Lembro das palhadas de minha roça
Das tamboeiras remoídas, das codornas à meia-altura
Atrações que nem de longe se comparam à belezura
Da calcinha branca de Cyd Charisse
Quando ela roda a fortuna e assim sim
Puxa a dança dos paradigmas no jardim.
Nem o ar carregado da chuva temporã
O bau estufado de ouro e lembranças
O baralho de amores da sorte grande
Nada equivale ao relampiar da visão entre dois acordes
(as pernas celebram os êxitos mentais)
da calcinha branca de Cyd Charisse
que encobre os melindres, os repuxos, as curvas
que cobrem de amor o martírio dos homens
em cada avanço de luz na fruta delineada.
Nem a viagem pelas inseguras regiões da paixão
O favo de mel dos bons sentimentos
os artificios da rotação planetária
o pote a guardar o incenso do altar de eros
nem isso nem muito mais se comparam
feitura delicada e espalmadinha
da rósea calcinha branca de Cyd Charisse.
Quando ela roda a fortuna e assim sim
Puxa dança dos paradigmas no jardim.
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