segunda-feira, agosto 22, 2005

DELEITE

Ao ver no ar as pombinhas brancas

Lembro das palhadas de minha roça

Das tamboeiras remoídas, das codornas à meia-altura

Atrações que nem de longe se comparam à belezura

Da calcinha branca de Cyd Charisse

Quando ela roda a fortuna e assim sim

Puxa a dança dos paradigmas no jardim.



Nem o ar carregado da chuva temporã

O bau estufado de ouro e lembranças

O baralho de amores da sorte grande

Nada equivale ao relampiar da visão entre dois acordes

(as pernas celebram os êxitos mentais)

da calcinha branca de Cyd Charisse

que encobre os melindres, os repuxos, as curvas

que cobrem de amor o martírio dos homens

em cada avanço de luz na fruta delineada.


Nem a viagem pelas inseguras regiões da paixão

O favo de mel dos bons sentimentos

os artificios da rotação planetária

o pote a guardar o incenso do altar de eros

nem isso nem muito mais se comparam

feitura delicada e espalmadinha

da rósea calcinha branca de Cyd Charisse.


Quando ela roda a fortuna e assim sim

Puxa dança dos paradigmas no jardim.