segunda-feira, agosto 22, 2005

TUDO DE BOM MESMO

eu me desejo e te desejo oh
ó lúbrica flor da montanha
da ínvia dublin de james joyce
a verve a vulva a cútis
o inexplicável cheiro da libido
a espiritual carnalidade do fervor
as tronqueiras do caminho, as ramificações
os planaltos e planícies as esfericidades
as peripécias
nos contornos e arredores a sede
antes de entrar nas bacias e baias
nos remansos e correntesas
tudo de bom numa pessoa
os mundos e fundos da posse
instantânea e permanente do imorredouro
deleite
ave vênus calíope iracema
dos grandes e pequenos lábios de mel
ave maria ali bem de perto
cheia de graça, que me perdoe
se abro a janela oculta (proibida?)
para jorrar tua luz na minha obscuridade
e assim momentaneamente para o resto da vida
ver e ter o paraíso