quarta-feira, novembro 23, 2005

ERA (AS)SIM

O tempo antigo (o de hoje está cada vez mais longe) 
Tinha calma e ponderação 
Subia nas descidas 
Tinha manhãs cheias de nove horas 
Tardes espaçosas, noites eternas 
O traquina amarrava cachorro com lingüiça 
O sisudo cofiava os bigodes de tabaco 
A palavra era toda feita de honra 
Sílaba por sílaba 
O que mais valia no final das contas 
Era o crédito-o-débito-e-o-saldo 
Em perene equilÍbrio (!?) 
Nos salmos de david 
Nos choros de pixinguinha nos noturnos de chopin 
Algumas partes do corpo vinham da alma 
Os pães eram uvas do quintal 
No tempo antigo de minha terra natal.