AS AMARGAS REFERÊNCIAS DA ATUALIDADE
Poluição divinopolitana. A nossa cidade possui uma grandeza e uma beleza superlativas, vistas de uma certa distância. O traçado das artérias largas e compridas, emolduradas pelas imponentes edificações amenizadas pelo arvoredo das calçadas, perfazendo o paisagismo sublinhado pelo rio sinuoso, salpicado de pontes e viadutos. Impressionante. Mas se chegamos perto e adentramos as ruas e beiramos as margens do rio, a impressão e a sensação são outras: o solo depreciado por calçamento e asfaltamento sofríveis, recoberto de pó de minério (tapam os buracos com ele, vê se isso tem cabimento!?). O rio transformado em cloaca o ano inteiro e reduzido a um fétido canal de esgoto em todo o período de estiagem do ano. E as toneladas de entulhos, lixos, escórias utilizados para nivelar terrenos erodidos nas margens do rio, “construindo” ali, irresponsavelmente, loteamentos para futuras construções imobiliárias? É só vendo para crer. E o que se há de fazer?, perguntam-me. Não sou especialista, sequer entendido, de urbanização científica, mas creio que para transformar a cidade hoje irrespirável numa cidade limpa, bonita e agradável, bastaria que o poder público dela, que vive nela, não fique de longe nas providências, mas que chegue bem perto do problema, para sofrê-lo como os demais habitantes. Assim, quem sabe?, poderão fazer dela uma beleza e uma grandeza próximas e humanas, uma cidade mais habitável, mais amável. Não? Sim? O futebolzinho peladeiro. O reporter esportivo da televisão, por má fé ou displicência, anunciava outro dia que o Cruzeiro ia poupar alguns titulares no jogo contra o time argentino. Titulares de verdade o time só dispõe de dois, O Maurinho e o Maldonado. Os outros foram trocados por euros que, todos sabem, não jogam futebol. Afinal o que será que deu nos irmãos perrela: a síndrome tucana da desapropriação (que eles em tucanês chamam de privatização)? Petês e Tucanês Nunca Mais? É muita invasão e pouca privacidade nos dias que correm. Nem dentro da igreja, rezando você se sente seguro . Nas ruas, então, é uma temeridade. Tempos atrás as pessoas desconhecidas eram apenas desconhecidas e até mesmo possíveis novos amigos, mas hoje em dia, meu Deus, são todas suspeitas até prova em contrário. Se toda essa infelicidade (resultado infeliz do desempenho infeliz dos infelizes governantes) não bastasse, ainda vem lá no horizonte a infeliz truculência do tal de Bush para engrossar a corriola dos autores de nefandos genocídios (Hitler, Stalin, Truman), com a psicopática invasão do Iraque, causando pelo menos indiretamente as catástrofes do ll de Novembro, do tsumani, do katrina. Ainda agora vemos na televisão um esquivo e manipulado esforço para livrar os implicados na crise política da rigorosa, da cabal punição que fizeram por merecer, embasbacando mais uma vez a opinião publica Se a ladraoagem está mais do que provada, por que a punição não vem logo a seguir? Sem a purificação dos quadros não há refundação. Que a política brasileira se mire no bom exemplo citado outro dia pelo Senador Pedro Simon a respeito das atuações positivas de estadistas (que infelizmente não chegaram a governar) Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Teotônio Vilela, Leonel Brizola, Miguel Arraes... Por serem bons nas idéias e nas ações é que jamais conseguiram ocupar a governabilidade deste país? É bom notar que nenhum deles pertenceu ideologicamente à chamada esquerda radical ou à direita convicta: eram simplesmente homens de bem (de bem de acordo com os princípios e predicados cristãos). É bom atentar também que o conceito de esquerda atualmente está sob o crivo da suspeição, uma vez que essa terrível tentativa de petetizar o pais pode ser uma atitude esquerdista? Cruz credo.
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