A IMORREDOURA MENSAGEM DE FERNANDO PESSOA
Lendo Pessoa e seus heterônimos no recesso de uma ou outra solidão, é como se andasse, como se estivesse em todo o campo da visão, e tivesse de quando em quando que parar, para não arrebatar-me: é como se adentrasse no corpo da amada e tivesse de quando em quando que pausar para não sufocar: é como se não pudesse parar no rumo de um vislumbre que se afastasse em seus brilhos atraentes (brilhos ou sonhos que são insultos divinos?): como se de repente me perdesse na imensidade solitária do mar, beirando e respeitando a integridade das ilhas afortunadas: - às vezes surge de algum lugar alguém (um deus? uma deusa?) a transcender, a novamente embargar-me o fôlego. E assim dentro de mim algo maior que eu, sorri: e é ali mesmo que vejo o corpo que é alma: é como se nadasse, arfando, nos limbos da sensualidade, numa tesão espiritual interminável? Assim prestes a morrer de infarto, de parada cardíaca (?) e tivesse que interromper o orgasmo até que o brilho desanuviasse na testa da bem, da muito bem amada.... Ler Pessoa e seus heterônimos é a (a)ventura de acreditar que estamos captando uma outra eternidade: “a ânsia distante que perto chora”: “a graça invisível que se vê”: porque além do lirismo mais verídico, ficamos sabendo “que o amor só é verdadeiro se segredado”, que ao fechar abrimos o coração que sonha, que sonha que todo início é “uma outra espécie de fim”: “QUALQUER COISA ASSIM COMO UM PERDÃO?” (*) Os versos entre aspas foram pinçados do livro MENSAGEM (Edt.Martin Claret, São Paulo, SP, 2005). NOTA AO PÉ DA PÁGINA Ver hoje o noticiário na TV é como assistir filmes de suspense e de terror. A população brasileira é, de um modo genérico, apática, não vê o trem chegar nem sair (e o trem tá feio, como lá diz a canção folclórica): só fica a ver os navios da desolação, a coçar os sacos de pancadas da própria miséria, pensando que está (onde devia estar) no melhor dos mundos. E nessa mornidão toda é bem capaz de reeleger o Lula – e aí a cobra vai fumar, vamos ver esse nefando PT (partido totalitário) sair mais uma vez de suas atribuições meramente políticas, para exercer (execravelmente, antidemocraticamente) um governo comprovadamente incompetente, e agora com a militância não apenas sorrateira, mas gritantemente credenciada ao cometimento de maiores e piores desatinos. Assim penso que é hora de se exclamar: PARTE SADIA DA NAÇÃO, ACORDAI!
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