quarta-feira, setembro 20, 2006

O QUE É A NATUREZA

Às vezes fico bobo de ver nos sertões (lá longe ou mesmo ali) a fartura e a qualidade de mãos dadas o bom gosto e o prazer da sensualidade as bizarrias sobejando os resmungos escasseando assim tanto na beira do rio e do precipício quanto nos alagados e nas pedreiras às vezes um ramo ganha as feições de outro ramo e vai pelas veredas a enganar os predadores e lá nos desníveis da serra negra do desterro um potrinho se enamora da novilha e a persegue nos pastos de cima e de baixo na manada dos currais barrentos no descampado dos jatobás altaneiros aí a juriti passa a falar em outra língua (será que ela quer esnobar o nhambu?) no aquinhoado rego do quintal que vai que vai saltitando (para afogar-se no rio tempestuoso?) que vai saltitando alienado até falar que chega e desaparecer como que por encanto na virada da capoeira de antigos castelos de fadas e deidades.