Improviso (*)
Os litígios esmaecidos e apaziguados
as referências matrilineares em delicadezas e inexatidões
líricas profanas substanciais
apascentam amamentando suas crias
os filhos do mistério e da inocência mais deslavada
e límpida
brincalhões ineptos sacudidos nas nascentes maravilhas
as espiritualizações materiais
as materializações esvoaçantes na leveza mais airosa
álgidas sensações de calor
a elasticidade corporal da sensualidade
o ir e vir das flexões no seio das sensações
a luzidia escuridade dos desvãos alongados das aberturas
flexíveis
o aeromodelismo das divergências tecnológicas ao longo
de incansáveis trajetórias
a contemplação da própria individualidade
aqui e ali
na postura às vezes anímica do corpo delgado
a multiplicidade fantasiosa das facetas eróticas
burilando o encantamento possessivo do olhar
estupefato
diante das incertezas que perguntam:
será verdadeira tanta beleza?
a resposta fica implícita nos escombros na névoa
e no vôo e no vão escapista de quem não está nem aí
diante das incongruências
ah! o corpo feminino sob o olhar masculino:
é assim que as doces palavras do enlevo
ganham consistência e maleabilidade?
as contrafações da argúcia mental às vezes implicantes
derivativas abrangentes
e sobretudo os cavalos voadores na cabeleira da moça
ágil e formosa diante do espelho delicioso
tudo
tudo como num poema de Adriana Versiani.
(*) Escrito diante da projeção de um e-mail de nome idêntico.
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