sexta-feira, novembro 10, 2006

CHRISTOFER GILBERT ARTWORK

Improviso (*)

Os litígios esmaecidos e apaziguados as referências matrilineares em delicadezas e inexatidões líricas profanas substanciais apascentam amamentando suas crias os filhos do mistério e da inocência mais deslavada e límpida brincalhões ineptos sacudidos nas nascentes maravilhas as espiritualizações materiais as materializações esvoaçantes na leveza mais airosa álgidas sensações de calor a elasticidade corporal da sensualidade o ir e vir das flexões no seio das sensações a luzidia escuridade dos desvãos alongados das aberturas flexíveis o aeromodelismo das divergências tecnológicas ao longo de incansáveis trajetórias a contemplação da própria individualidade aqui e ali na postura às vezes anímica do corpo delgado a multiplicidade fantasiosa das facetas eróticas burilando o encantamento possessivo do olhar estupefato diante das incertezas que perguntam: será verdadeira tanta beleza? a resposta fica implícita nos escombros na névoa e no vôo e no vão escapista de quem não está nem aí diante das incongruências ah! o corpo feminino sob o olhar masculino: é assim que as doces palavras do enlevo ganham consistência e maleabilidade? as contrafações da argúcia mental às vezes implicantes derivativas abrangentes e sobretudo os cavalos voadores na cabeleira da moça ágil e formosa diante do espelho delicioso tudo tudo como num poema de Adriana Versiani. 

(*) Escrito diante da projeção de um e-mail de nome idêntico.