sábado, julho 07, 2007

SENSIBILIDADE À FLOR DA PELE

Foi bonito ver a moça no sorriso do coração (do coração ou da libido? De ambos?). Toda em si, de contente (a felicidade no passeio da rua, ao meio-dia?) ao encontrar e abraçar o namorado: Alguma lente lá do céu eternizou-a naquele instante de extrema poesia? Uma pessoa assim tão feminina, de feição anímica tão fina, contraria a assertiva de Ricoeur: ela já era antes de ser e vai ser depois de ser. Não teve principio nem terá fim: Seu tempo incólume. Seu espaço incólume. Sua origem é um apanágio. O nome dela é um dos nomes do amor. E também o amor é um dos nomes dela, incólume e bela, ela. O que de melhor havia nela, que ela carregava naquele íntimo instante? A pessoalidade só dela? A sensibilidade física e química só dela? Acima da libido que atrai e exaure, ela bem no meio da rua equânime, levava dentro e fora de si uma sensibilidade levemente adiposa? Lívida e no entanto efervescente. Lírica e no entanto concentrada. Ao mesmo tempo loura e morena. A sensibilidade em si contida: Nos transeuntes não, na rua não: Só nela sim, só nela um sino tocava, que só ela ouvia.