sexta-feira, agosto 31, 2007

HAJA DEUS!

Os Periódicos Literários. Os e as poetas da nova geração são os novos bandeirantes e as pedras preciosas são os novos poemas das novas minas gerais da poesia brasileira? Vai surgir, então, da nova ocupação das datas e sesmarias do atraente território o ressurto de uma colonização mais correta politicamente, ecologicamente, humanamente? Bem que o solo nacional, disponível e acolhedor, merece uma plantação criativa e salutar, nunca mórbida, nunca destrutiva. Não é assim que sempre foi o convite de sua inesgotável, rútila e consistente inspiração? Eis, pois, para a terra fértil os lavradores cuidadosos e competentes, ou seja, os poetas e prosadores das publicações periódicas DezFaces e Ato. Bem haja, pois. Sangue e Lágrimas. Mas diante dos últimos acontecimentos neste país de grileiros, não basta indignar-se, socar o ar, esmurrar a mesa, não basta apenas posicionar e replicar, pois que à revelia de qualquer racionalização os olhos espantados e fulminados do expectador, na manhã enevoada do noticiário apocalíptico deste amargo e letal país desgovernado, os olhos derramam copiosas lágrimas – e não há lenço nem barra de camisa que possa enxugar o borbotão da angústia, da tristeza, da amargura, do azedume de tanto assassinato direto e indireto cometido pela incúria governamental institucionalizada. Novamente Daisaku Ikeda. Continuando as transcrições das jóias preciosas do autor epigrafado, iniciadas na coluna da semana passada (página 35): “Somente na via látea existem mais de cem bilhões de sistemas estelares, ajuntados por um invisível fio cósmico que chamamos de lei da gravidade universal, de Newton. Todas as coisas do imenso cosmo, que deu nascimento à terra, estão atadas – umas às outras - por laços ecológicos. (...) O cosmo é um magnificente sistema de harmonias! Página 37: “As plantas, segundo o conceito de Makiguti, despertam em nós o sentimento estético, amortecem as nossas tendências assassinas, nos inspiram poeticamente e alimentam os nossos corações e as nossas mentes”. Na página 41, citando o mesmo Makiguti: “As montanhas podem tornar-se coisas vivas. O amor do homem pode transformar uma montanha fria e inanimada num quente, vibrante e apaixonado espírito”. Mas no mundo de hoje, ele diz na página 43: “a sociedade e a civilização ameaçam destruir a própria humanidade: não é preciso olhar muito longe para ver que as montanhas estão sendo despedaçadas, os vegetais agonizam, os rios ficam sem água”. Nas páginas 20 e 21, pescamos estas pérolas a respeito da proteção corpórea: “O corpo humano é composto de sessenta trilhões de células (...). No fígado tem efeito cerca de duzentos tipos de desintoxicação e atividades metabólicas (...). Para produzir todos os elementos químicos criados por essa víscera, seria preciso construir uma fábrica que ocuparia um espaço muitas vezes maior do que toda área industrial de Tókio e Yokohama (...), O cérebro tem cerca de 20 bilhões de células, mais ou menos em constante ação, que nos capacitam a calcular, pensar, tomar decisões (...). Se fosse construído um computador para realizar todas essas funções – ele cobriria toda a face da terra”. A sequência vem na página 21: “O corpo humano contém um espantoso arsenal de maravilhas estatísticas. A total extensão dos vasos sanguíneos de um adulto é de 96 mil quilômetros, mais de duas vezes a circunferência da terra. Para respirar, usamos trezentos milhões de células pulmonares. O mais maravilhoso de tudo isso é a harmonia com a qual trabalham juntos todas essas células e órgãos para produzirem um ser vivente com sua própria mente criativa. Não há dúvida que esse misterioso poder de unificação é que faz com que muitos pensadores rejeitem a idéia do corpo como máquina, inclinando-se para a teoria de alguma enigmática força vital”. Paráfrase do Salmo 121. Levanto os olhos para os montes e pergunto: De onde me virá o socorro? E ouço que meu socorro virá do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que vacilem, que tropecem meus pés, nem deixará que eu caia no sono quem guarda com amor os quadrantes e círculos da terra. Ele é a imagem de minha proteção. Não deixará que adormeçam as graças e as virtudes. É a imagem protetora contra o sol que possa ferir meus olhos, contra a luz que possa embriagar meu cérebro: é a imagem das graças e das virtudes que animam meu coração.