sábado, setembro 01, 2007

CULTURA POPULAR DO MUNICÍPIO DE CLÁUDIO (*)

- Os dois pescadores do Rio Pará, cada um em cada uma das margens. O da margem de lá pede fogo para acender o pito de palha. O da margem de cá estica o pescoço com o pito aceso na boca e assim acende o pito do outro. 

- Naquela época não existiam fósforo nem isqueiro. O fogo era conseguido na binga, um recipiente em forma de canudo, com boca só de um lado. A pessoa riscava o fusil (pedaço de aço) numa pedra-cristal e as fagulhas caiam dentro da binga, que continha a isca (pedaço de pano ou algodão ligeiramente embebido em querosene). Assim a isca retinha a fagulha que, soprada, alastrava no recipiente – e a mesma só apagava quando se fechava a boca da binga. Outro recurso do pessoal era não deixar nunca o fogo apagar-se no fogão à lenha. Se isso acontecia, alguém ia buscar um tição aceso no vizinho mais perto. A pessoa tinha que ir depressa e voltar correndo, se não o fogo apagava no trajeto. 

- A madeira cortada na lua minguante não dava caruncho. 

- Na noite de São João colocava-se a clara de ovo num copo de água. De manhã via-se ali a imagem do futuro da pessoa: caixão (queria dizer morte), navio (viagem), véu (noivado). Outro artifício: se se fincasse a faca na bananeira e tirasse de manhã, as mesmas imagens podiam ser vistas na lâmina e tinha as mesmas significações. 

- Queimar a lenha pelo pé dela queria dizer atraso de cem anos de vida. 

- Só o defunto passava na porteira, sem nela encostar a mão. 

- Café conosco queria dizer café com biscoito. 

- Esperto era quem conseguia enfiar água num espeto. 

- Quem estivesse de casamento marcado, não podia: deixar que lhe varresse os pés; pisar em rabo de gato; sentar-se em frente ao pé de uma mesa; passar sob um cabresto de animal amarrado; mirar-se no espelho à luz de uma vela. 

- Alecrim da beira d’água./ Ele seco cheira mais./ Moça que quer casar/ Não namora todo rapaz. 

(*) Anotações autorizadas e adaptadas dos originais do livro da História de Cláudio, de David de Carvalho.

1 Comments:

Blogger Unknown said...

Olá Lazaro,

tudo bem?? Desculpa estar invadindo seu blog..Encontrei seu site quando da procurados meus antepassados que perticiam a Cládio..Sou prima do Lineu de Carvalho, tataraneta de Bernardino Vitoi..Eu gostaria de saber como faço para conseguir o livro do David de Carvalho sobre a História de Cláudio?? Só a pouco tempo é que descobri essa parte da familia que é de lá e gostaria de me aprofundar mais..Se puder me ajudar agradeço!! Meu email é renata_band@hotmail.com
Fico no aguardo esperando seu contato!!
Desde já obrigada!!

10:06 AM  

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