quarta-feira, abril 14, 2010

PERGUNTAS AUTOMÁTICAS

Recordar o ingrato tempo da infância, da adolescência e da juventude é repetir o doloroso exercício de um obtuso, maquinal masoquismo? O que vem de longe, crescendo em vídeo, é o purgante depois da indigestão? Os dias cansativos do horror paulatino estão agora recobertos de asco e ogeriza? Por que o estigma no reviver de desditas? Não já paguei ao destino até o que não devia? Por que me ocorre agora este soneto de obviedades? Sou e serei o que sempre fui, irremediavelmente? O signo de VÍTIMA bem estampado na fronte? O choro reprimido latejando interiormente?