RESSONANCIA MAGNÉTICA
(Os encantos do Terror em Edgar Allan Poe)
O espírito cósmico paira no ar
(é todo um sussurro de luz),
Baixa e sobe e torna a pairar
Ao sabor dos ares mansos e bravios
Nas quinze bandas do planeta,
Encarnando e desencarnando e reencarnando
Nos seres vivos de todas as partes,
Insuflando e amortecendo nas partes físicas da alma
As preocupações,
As meditações,
E assim num átimo de encanto e desencanto
Surge o peso mortal das dívidas atávicas
Sobre os nervos e os sonhos dos seres vivos
(humanos, desumanos, sobrehumanos)
Em cima das árvores, debaixo dos telhados,
e no silêncio povoado
De abstrações.
Aí então a folgança lilás do sol desanuviado
Empalidece ao entardecer das matas ciliares,
Dá seu lugar à lua que segue nos caminhos da noite,
Tentando afastar-se dos ocasionais torpedos e ribombos.
As perguntas da ventania não encontram respostas
Na montanha repentinamente estufada.
Logo-logo o assédio das folhas ventiladas
Predominam.
Elas que nascem e crescem na palma da pedreira.
Logo-logo os temores brotam na sola dos pés
Dos viandantes ressabiados....
E é aí que vem à tona a pergunta retórica:
E se a massa do éter que entra pela janela
Pegar fogo de repente?
Quem conseguirá desprender-se dos laços culturais
E ficar sozinho na imensidão da noite?
Só quem, perdido, procura encontrar-se,
Sabendo que os círculos menores dentro dos maiores
Estão sempre iniciando a perpétua dança
Do infinitamente grande dentro do infinitamente pequeno....
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