sábado, março 24, 2007

AS RUGOSIDADES DA PASMACEIRA

Quando penso, leio e vejo as pessoas airosas e bem sucedidas à guisa de ventura à flor da pele realinho meus senões a sufocar velhos e repetidos soluços existenciais de uma vida custosa que se acaba a cada fim do dia e que aos trancos e barrancos recomeça na pedreira de minhas íngremes subidas do cotidiano igualmente escarpado. Outro dia que se esqueceu de amanhecer perdido noutra noite bem amoitada nas síndromes vertiginosas da vastidão inescapável eu estava no círculo adensado de rochedos levando o corpo dentro da roupa que mais desnudava que vestia. Assim é a vida que não quer viver condenada a purgar os pecados de outras airosas e bem sucedidas? Por que de repente e de uma vez por todas não passamos a ser (todos no mundo) peregrinos da felicidade?