sábado, março 24, 2007

ONFALE

Dois olhos são o olhar, o agir da luz, como é e como está nela: o verde a brilhar na alegria da alma corporificada na leveza. A criar problemas e perguntas, como se a chama além do olhar, alongando-se na respiração, excitasse os signos e as veracidades oníricas. O florilégio da musculação, o passo aéreo? Os cabelos da melodiosa juventude? Um carisma simples, completamente? O limbo da inspiração? Dois olhos são muito mais do que muitos. A túnica inconsútil da esbeltêz, o lívido agapanto do riso inocente e também a paixão de meu avô, o amor de meu pai, a minha religião. A genealogia chegou nela e parou. Nem precisa de outra pessoa no mundo, assim como ela é e como está: o olhar em alongamentos incansáveis. É só chegar aos lábios para sentir a alma em movimento dos braços e das pernas, a falar uma, duas, muitas palavras inéditas; a dar um, dois, muitos beijos extraordinários. Ó Onfale que humaniza Hércules: um amor de pessoa como é e como está.