VIVALMA!
Fragmento do romance inédito “Apenas Um Coração Solitário” (*)
Mais uma vez
a força do olhar que atrai, subjuga e ama!
Tudo isso e o céu também,
como diria a mensagem de outro filme romântico,
no encantamento dos lugares propícios e abalados
nas veementes idades do desprendido namorar
dos recíprocos olhares cintilantes,
absortos na procura da correspondência afetiva,
assim incontida, assim ardorosa,
a mandar beijos e abraços carinhosos,
a receber beijos e abraços carinhosos.
Ah, bem sabemos
que o amor com amor se paga, e mesmo assim
fica devendo porque
pagar é contrair nova dívida contra os bens penhorados,
é conservar os indícios assoberbados de contratempos,
anos a fio no vai e vem das promessas,
no entra e sai dos redutos e dos recursos da ficção
vivíssima!
nos arredores da realidade fugidia.
Assim o flerte é a voz do silêncio,
o amálgama dos lampejos ocasionais finalmente aglutinados?
Aglutinados momentaneamente
na penca de flores e frutas de memoriais arquivos esquivos,
tão esquivos e infundados,
tão esquivos e intimidados,
no doce conluio das afeições compartilhadas,
compartilhadas
(não obstante a distância de dois corpos)
em virtude da proximidade de duas almas.
(*) Terceira parte da trilogia “Monólogo e Pranto”.
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