domingo, junho 17, 2007

VIVALMA!

Fragmento do romance inédito “Apenas Um Coração Solitário”  (*)

Mais uma vez a força do olhar que atrai, subjuga e ama! Tudo isso e o céu também, como diria a mensagem de outro filme romântico, no encantamento dos lugares propícios e abalados nas veementes idades do desprendido namorar dos recíprocos olhares cintilantes, absortos na procura da correspondência afetiva, assim incontida, assim ardorosa, a mandar beijos e abraços carinhosos, a receber beijos e abraços carinhosos. Ah, bem sabemos que o amor com amor se paga, e mesmo assim fica devendo porque pagar é contrair nova dívida contra os bens penhorados, é conservar os indícios assoberbados de contratempos, anos a fio no vai e vem das promessas, no entra e sai dos redutos e dos recursos da ficção vivíssima! nos arredores da realidade fugidia. Assim o flerte é a voz do silêncio, o amálgama dos lampejos ocasionais finalmente aglutinados? Aglutinados momentaneamente na penca de flores e frutas de memoriais arquivos esquivos, tão esquivos e infundados, tão esquivos e intimidados, no doce conluio das afeições compartilhadas, compartilhadas (não obstante a distância de dois corpos) em virtude da proximidade de duas almas. 

(*) Terceira parte da trilogia “Monólogo e Pranto”.