sexta-feira, junho 15, 2007

ENTREVISTA NÃO PUBLICADA

Prezado Giuliano, tenho uma dívida de gratidão com o Hoje Em Dia, pelo prazer dos contátos e colaborações com a Luciene Queiroz e o Alécio Cunha. Tenho, pois, muito prazer em atendê-lo no que estiver ao meu alcance. No caso da entrevista que propõe, aceito de bom grado e, para início de conversa, adianto-lhe alguns pontos que julgo essencias no enfoque da história do Município de Divinópolis, necessitada, como toda História de ocasionais revisões e atualizações. Passo-lhe, então, alguns pontos, para sua apreciação e aproveitamento, se for o caso, no trabalho que pretende publicar, ao que parece, no ensejo do aniversário da cidade em primeiro de junho próximo. Os pontos são: 

1 - A importância da cidade como pólo regional: enquanto permanecer polarizando a região, continuará progressista, com boa circulação monetária. Não há pessimismo quanto a isso, uma vez que na região não existe nas proximidades outro município que possa competir em termos de estrutura logística (boa localização geográfica). 

2 - A parte negativa é a ausência de eficientes serviços públicos, como segurança, saúde, estética, infra-estrutura e proteção ambiental. A parte positiva é a oferta educacional prodigiosa: muitos órgãos atuante em todos os níveis, tantos que chegam ao ponto de a quantidade estorvar a qualidade, o que precisa ser pensado e corrigido. 

3 - A cultura também tem boa representação: escritores, jornalistas e professores conceituados, em assídua atividade. Destaque para nomes intermunicipais como os de Adélia Prado (cortejada até no estrangeiro), Osvaldo André de Mello, Fernando Teixeira, Pedro Pires Bessa, Linfolfo Fagundes, Mercemiro de Oliveira e, agora, a notável revelação da escritora Yara Ferreira Etto. 

4 - O que de melhor ficou da História, até agora: a ação política de homens públicos íntegros e competentes como Antônio Olimpio de Morais, Antônio Gonçalves de Matos (o Dr. Didi), Jovelino Rabelo, os Franciscanos, Walchir Jesus de Resende Costa, Antônio Martins Guimarães. 

5 - O que ficou de pior: o pragmataismo da classe dirigente que sobrepõe o interessse do lucro financeiro à qualidade de vida da população, instaurando uma das maiores poluições urbanas do Estado de Minas. 

6 - O traço fisionômico principal: a indiscriminação que, se por um lado, proporciona muita liberdade aos munícipes, por outro lado descaracteriza uma cor local definida em termos de cultura popular que, aqui, é miscigenada, constituida de fragmentos que não se aglutinam num todo homogêneo. Isso porque a população é preponderantemente adventícia, formada de portadores de outras heranças culturais de outras regiões, formatando uma espécie de mosáico sempre mimético. Isto no País está se tornando corriqueiro, através do crescimento desordenado das grandes cidades e a irupção dessa engrenagem caótica que é a da chamada região metropolitana. Todos os municípios apensos à Capital Metropolina sofrem as consequências dos refugos e desregramentos comportamentais de uma população desnorteada e desassistida.. Um problema genérico, e não apenas localizado.