sexta-feira, junho 12, 2009

À NOITE SONHAMOS

Parece depois de certo tempo da velhice que o passado assume outra forma de ser. deixa de ser uma simples seqüência. Deixo que falem por mim as aves do terreiro, assim eu pensava toda vez que chegava à casa de minha mãe, na roça, diante da infalível pergunta dela: “Por que está tão calado?” Até quando o ser humano agüenta o peso realista da violência social que o assalta nas vinte e quatro horas de cada dia de interminável purgação, sem endoidecer muito ou pouco? “Vai vai vai”, dizia o pássaro na mangueira. O ser humano precisa mais do sonho do que da realidade.

1 Comments:

Anonymous Marilda said...

Ah! Amo este poema! Esse silêncio mencionado me emociona. Quantas vezes, meu Deus, quantas vezes temos claramente escrito na mente o que não conseguimos falar? Fantástico.

9:36 PM  

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