VIAGEM AOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA



II - Turismo em Nova York
De Las Vegas a Nova York atravessamos o território americano (e um fuso horário de quatro horas) das imediações dos Oceanos Pacífico ao Atlântico. Do aeroporto ao Hotel Belvedere em plena Broadway, fomos, já de noite e (imaginem) numa limousine em forma de táxi. Isso numa terça-feira, quando jantamos num restaurante tailandês.
No dia seguinte percorremos o Times Square até o Rockfeller Center, almoçamos na 5th Street e fomos até a belíssima St Patrick Catedral.
Depois chegamos ao Grand Central Terminal, onde entramos no metrô para Bowling Green, sul de Manhattan, onde pegamos um ferryboat para Staten Island, a fim de contemplar de perto a Estátua da Liberdade e o longo e belo visual da Ilha de Manhattan.
Depois seguimos até Chinatown, onde jantamos uma exótica e autêntica combinação (orange chicken - frango agridoce caramelizado e szwan prawns - camarões gigantes apimentados). No retorno passamos por Litlle Italy e vimos o começo da grandiosa festa popular de San Gennaro.
No dia seguinte visitamos o Central Park , imensa área ecologicamente correta, o verdadeiro pulmão da metrópole, onde passamos toda a manhã, deliciando-nos com a pureza do ar, o verdume do arvoredo centenário, a algazarra e trampolinagem dos pássaros e dos esquilos e com o otimista semblante das pessoas de todas as idades. Na volta passamos ao Metropolitan Museum (três andares de um prédio imenso repletos de obras primas da arte escultórica-pictórica eterna e universal. Não conseguimos ver tudo, mas ficamos boquiabertos com o que vimos. O ser humano, em seus excepcionais momentos de criatividade, tem algo de sobre-humano, quase divino. Só não assume esse dom quem não quer.
À noite fomos ao requintado Palace Theatre, no coração da Broadway, para ver e assimilar o dramático lirismo da peça “West Side Story”, de Jerome Robins (que inspirou o filme – clássico dos clássicos – “Amor, Sublime Amor). Sou fanático (quero dizer: mais que um simples fã) pela dupla encenação do teatro e do cinema – e no momento nem disponho de palavras para exprimir o deleite da assimilação de tal espetáculo.
No dia seguinte assistimos no matinê do Longacre Theatre (ainda na Broadway, claro) ver a espetacular representação da capacidade humana de encantar a deus e a todo mundo, intitulada Burn the Floor, uma encenação coreográfica-musical envolvendo 22 exímios artistas (11 de cada sexo), projetando em termos de dança, evolução, vocalização, graça e habilidade, em dois longos atos, os números representativos (recriações buliçosas, aéreas, tocantes) de samba, rumba, cha cha, valsa vienense, swing, salsa, tango, passo doble – os melhores anjos da graça celestial de uma possível transcendência.

O gigantismo populacional-comercial e institucional de Nova York salta aos olhos sem ferir a harmonia social das vivências individuais. Não se percebe pressa nem stress nas fisionomias das pessoas, nem receios ou desconfianças. Cada pessoa está à vontade no meio da multidão, confirmando a noção de que existe um controle espontâneo e invisível do bom governo, que proporciona a compatibilidade coletiva a favor do bem estar social da individualidade. Creio que a grandeza edificante da cidade provém do farto e corajoso investimento moral e financeiro orientado no bom sentido político (sem desvio de verba pública, sem superfaturamento, sem as manjadas emendas parlamentares). Sabemos que o dinheiro puxa dinheiro e que só é bom e produtivo se esparramado na reunião dos empenhos de valores numa mesma afinidade meticulosamente, cientificamente projetada. O tino administrativo, a reserva financeira, a apropriação científica da tecnologia e a boa receptividade na comunidade: são os elementos propícios à iniciativa, continuação e conclusão dos grandes projetos urbanos, resultando em metrópoles sem estagnação, através das artérias subterrâneas, superficiais e aéreas, dando vazão às idas e vindas da população pedestre e da usuária dos automóveis, ônibus, trens, metrôs, de forma que às vezes uma rua parece possuir três andares: o viaduto para os carros, a superfície para os pedestres e o túnel para os metrôs.
Assim, através da visão, do esforço, do empenho, do interesse e do amor das pessoas (investidores e trabalhadores) nascem as cidades que podem tomar Nova York como modelo, assumindo os problemas e as soluções, as dificuldades que podem transformar-se em facilidades de vivência e de convivência, tudo através da fé na possibilidade de transformar em realidade os objetos dos sonhos (inalcançáveis no desânimo, na desonestidade, na letargia e no pessimismo – e plenamente alcançáveis através do ânimo, do desprendimento, da honestidade, do otimismo e da dignidade).
Assim é a Nova York que tivemos o prazer de ver. Com tanta gente com tanto poder aquisitivo, a rentabilidade fica garantida e o desenvolvimento também. Tudo funciona porque tudo satisfaz às necessidades primárias e superiores das pessoas: trabalho, alimentação, lazer, convivência e transcendência. Para cada carência, uma satisfação, É assim que a tendência da utopia emparelha-se com a do que chamamos de felicidade humana.
2 Comments:
Pai, muito legal seu texto, praticamente uma reportagem. Vou colocar um comentario no meu twitter. Beijos! Ana
Belas fotos e textos de correspondente internacional. Parabéns pelo casamento do filho.
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