MONTOEIRA DE ABRIL
Os resquícios diluvianos das arengas temporonas despejaram suas cobras e lagartos, vomitaram seus ratos e sapos e serpentes... Despencaram dos morros cariocas e fluminenses (enrolando e sufocando os gritos das vítimas, arrancando as raízes e superfícies das escarpas no sobe e desce do pétreo emaranhado de uma natureza acometida do mal de parkinsom). A pobreza que virou miséria e lixo social sobressalta na lixívia, nos lixões, nos solavancos, nos soterramentos. No envoltório moral as entranhas do poder público derrapam num caudaloso vômito de seus notórios desmandos. O deus dos desgraçados tampa os ouvidos. O diabo dos malfeitores abre os braços repletos de pregos letais. Era uma vez a cidade maravilhosa do rio de janeiro, agora exausta e exposta, moribunda e fétida espelhando-se nos mortos e feridos e desabrigados, não sabem voltar nem seguir na paisagem deturpada. Tudo por causa dos mamadores da pátria (dos arrivistas dos mandriões dos corruptos). De onde virá o perdão e o alívio? A inocência está de mãos postas. A culpa esconde as unhas da fome de verbas públicas (agora dissipadas na montoeira dos alheios infortúnios).
1 Comments:
briga de foice e martelo no escuro
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