PASMACEIRA
Se ainda estamos neste baixo astral de terra magoada, amassando o barro do dia enfadonho, expiando culpas no cartório e pecados na sacristia, é por que não somos flores que se cheirem? Somos o ranzinza caído e pisoteado? O torpe vencedor ou o reles vencido? O vento que sacode as árvores do quintal, não seria o aziago sopro de nossos obsessores da baixa atmosfera, que azucrinam nossas idéias, que aguçam nossas malfeitorias, que disparam infartos e derrames contra nossa debilidade psicofísica? Quê lástima! O dia é longo no envoltório de gazes densos que atravessam o rio das fezes e das urinas... O sabiá fica perguntando no alto da mangueira: “por que a morte não vem de uma vez?” Puta merda! Em seu lugar vem o tempo nevoento (diapasão nojento), a eternidade em pedaços sujos e esfarrapados.
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