sexta-feira, abril 23, 2010

DESTERRO EM MARILÂNDIA

Alguma coisa eternamente imprecisa apascentava as pessoas do arraial, naqueles dias de cruzes de ferro em brasa... Nos arreadores as vacas beatíficas remoíam o verde do destino, seguiam apartadas de suas crias, aumentando nas árvores a tristeza. Ah, por que uma silenciosa catástrofe não atende aos apelos da vegetação esmirrada nos barrancos? Por que das nuvens não vem a goteira de água fria para abrandar meus nervos afogueados? Ah, logo senti nas enormes horas da noite a dor espiritual de estar ali, atolado na individualidade, a penitenciar-me, incauto até falar que chega. A ferir-me, anônimo, nos poemas eternamente inconclusos.