segunda-feira, agosto 22, 2011

CITAÇÕES NECESSÁRIAS

Nadine Gordimer: “Aos setenta e cinco anos um homem fica proibido de jogar o tempo fora, principalmente se há muitas, muitas coisas, até doer, a passar para o papel. Trabalho enorme” (pág.163). “Lembre-se de Caim e Abel, os dois irmãos fizeram suas devoções e cada um ofereceu em oblação os produtos de seus trabalhos. Caim, sendo agricultor, sacrificou os frutos e os cereais, enquanto o pastor Abel ofereceu cordeiros e sua gordura. Ora, Jeová virou as costas às oferendas de Caim e aceitou às de Abel. Por quê? Por qual razão? Não vejo senão uma: porque Jeová detesta legumes e adora carne! Sim, o Deus que adoramos é decididamente carnívoro!” (págs. 210/211). Em “CONTANDO HISTÓRIAS” – Trad. de José Rubens Siqueira, Laura Barreto e Moacir Antônio. Cia das Letras, S. Paulo, SP, 2007 William Faulkner: “Ele era como a imagem do morcego cego pela luz de seu próprio tormento, que foi jogado pela violenta luz demoníaca para a terra, tendo vivido lá debaixo da crosta terrestre, e daí em diante sofrendo um retrocesso, uma reversão” (pág.156). “Eu não estou ouvindo nada sobre uma jovem, uma virgem; estou ouvindo falarem de algo sobre um campo virgem e estreito, delicado e cercado, já arado e disposto em canteiros, de forma que tudo o que eu preciso fazer é deixar a semente cair nele e acariciar a suavidade novamente” (pág. 294). Em “ABSALÃO, ABSALÃO”, Trad. de Sônia Régis – Edit. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1981. Sigmund Freud: “...Está longe da finalidade de um sonho produzir tentativas de solução para as tarefas da vida. Os sonhos são apenas uma forma de pensar; jamais se pode alcançar uma compreensão dessa forma tomando como ponto de referência o conteúdo dos pensamentos; somente uma apreciação do trabalho dos sonhos nos levará a essa compreensão” (pág.93). “Os sonhos trazem à luz material que não pode ter-se originado nem da vida adulta de quem sonha nem de uma infância esquecida. Somos obrigados a considerá-lo parte da “herança arcaica” que uma criança traz consigo ao mundo, antes de qualquer experiência própria, influenciada pelas experiências de seus antepassados. Descobrimos a contrapartida desse material filogenético nas lendas humanas mais antigas e em costumes que sobreviveram. Dessa maneira, os sonhos constituem uma fonte da pré-história humana que não deve ser menosprezada”. Em “CINCO LIÇÕES DE PSICANÁLISE” (seleção de Jayme Salomão) – Abril Cultural – São Paulo, SP, 1974. Cyro dos Anjos: “O sertão estraga as mulheres e a pobreza as consome. Mas, devastação maior lhes causa porventura a nossa imprudência, ao cotejar com a realidade as invenções de uma desenfreada fantasia. A lagoa foi drenada e convertida em pasto. Como se pode suprimir uma lagoa? Como se pode cortar uma árvore? É como se destruíssemos algo humano, vivo, fremente” (pág. 73). Em “O AMANUENSE BELMIRO”, Edit. José Olimpio, Rio de Janeiro, 1979. Jorge Luis Borges: “Um livro não deve requerer um esforço, a felicidade não deve exigir esforço. Emerson afirma que uma biblioteca é uma espécie de câmara mágica. Nesse gabinete estão sob o efeito de um encantamento os melhores espíritos da humanidade, que esperam a nossa palavra para sair da sua mudez. Temos que abrir o livro, e eles então despertam”. Em “BORGES ORAL” – Trad. de Rafael Gomes Felipe.Edit. VEJA, Lisboa, Portugal, 1991. Jaime Prado Gouvêa: “Em volta do salão, as mulheres ficavam esperando, sentadas numa fila de poltronas, como num cinema, a chegada de Colibri. Quando ele surgia na porta principal, as luzes lá de fora projetando seu vulto sobre todos, a orquestra começava a tocar a “Valsa do Imperador”, tema preferido do rei da noite, que no uso da plena majestade adentrava finalmente o recinto e se encaminhava soberbo até a primeira mulher, tirava-a delicadamente e iam rodopiando até a mesa de um freguês. E assim com todas elas, abrindo a noite.” Em “FICHAS DE VITROLA & OUTROS CONTOS” (PÁG. 83) – Edit. Record – Rio de Janeiro, 2007. Umberto Eco: “Mergulhei na contemplação da natureza, procurando esquecer os meus pensamentos... Como era belo o espetáculo da natureza não tocada ainda pela sabedoria, frequentemente perversa do homem!” (pág. 325) Em O NOME DA ROSA – Trad. de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade, Edit. Record, Rio de Janeiro, 1986. Osvaldo André de Mello: “TRAÇO DE COMUM SOBRESSALTO os sinais de nova goteira o reboco se desfazendo uma tábua se desprega sobressaltos cotidianos para os zeladores e guardiões das chaves das velhas igrejas de Minas”. Em “ILUSTRAÇÕES” (PAG. 53) – Edição DAZIBAO, Divinópolis, MG, 1996.