VALE VERDE (*)
O silêncio volumoso dos mimos e quimeras. O barulho esvoaçante na brisa oportuna. O negrume translúcido das névoas fugazes. O arvoredo diáfano a oxigenar a memória. Um azul transparente e retroativo. O verde salutar nas entrelinhas dinâmicas. As melodias implícitas nas moitas e coivaras. A flor da água nos recantos lacustres. E ao longo das casas e dos jardins entrelaçados das folhas diversificadas nas trigueiras árvores dos arredores. Aqui e agora, lá e depois: a fusão das cores acinzentam a paisagem mimética em lentos e airosos sussurros... É ver e amar prontamente. É deitar e dormir prontamente no começo, no meio e no fim dos sonhos pretéritos e proféticos.... As flores despedaçam da conhecida realidade e de repente o chão é um outro jardim e o sol é uma lua diurna, Alma de uma quietude risonha, que se desprende da mata fechada para harmonizar outras alegrias no descampado, muito à vontade nas asas da clorofila e ao embalo da fotossíntese, suscitando a algazarra das maitacas, os monólogos e duetos da passarada. E nas proximidades o sol e a lua trocam beijos numa carícia sobre-humana, a favor da realidade vitalícia dos seres até então imperecíveis.
(*) – Dedicado aos queridos Paulo Barreto e Layla Lima, moradores no lugar emblemático do Município de Valinhos – SP.
1 Comments:
Como disse o colunista do Estado de Minas (acho que é o Carlos Herculano), morar em São Paulo já é quase uma profissão! Quem consegue se esquivar e se oxigenar nos parques municipais já é um grande vencedor!
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