terça-feira, novembro 01, 2011

CITAÇÕES CINEMATOGRÁFICAS (6)

FRANÇOIS FORESTIER: Seu livro de 214 páginas bem que poderia chamar-se “O desnudamento das estrelas e dos políticos dos EUA”. O pente fino do autor não deixa ninguém de moral em pé. Os homens são patifes, canalhas, criminosos; as mulheres, bem as mulheres são as vítimas mais próximas da cambada de tarados. A ação localiza-se nos anos 60 da famigerada família Kennedy no poder. Limito-me aqui a citar algumas frases das páginas 138 e 139, que mostram o que na verdade é o ludibrio da fantasia publicitária que doura a pílula venenosa da sociedade política. Na página 139: “Por mais triste e deprimida que esteja, Marilyn Monroe sabe provocar desejo; é seu trabalho, sua paixão, sua razão de ser, sua missão na via...”. Na página anterior, 138: “Presa entre os conselhos de Lee Strasberg (professor dela no Actor Studio), que ela consulta por telefone, e as indicações de Ralph Greenson, psicanalista que ouve suas queixas e nos intervalos faz sexo com ela - entre as quais a de que nunca ter tido um orgasmo na vida, ela oscila”. Em “Marilyn e JFK”, trad. de Jorge Bastos, Edit. Objetiva – Rio de Janeiro, 2009. MARLI FANTINI SCARPELLI e MARIA ESTHER MACIEL: “... Todos sabemos que a literatura é superior ao cinema como forma de narração. Ela potencializa a imaginação como nenhuma outra” (Peter Greenaway, pag. 9). “As adaptações fílmicas, consideradas como traduções de outros textos – como romances, peças ou contos – também nas criações intertextuais para cuja interpretação o leitor deve estabelecer relações entre os sistemas de signos literário e cinematográfico” (Thais Flores Nogueira Diniz, pag. 34. “Os jovens inventaram o desemprego?... Não, pelo menos, eles não procuraram... É preciso procurar... Van Gogh procurou um pouco de amarelo, quando o sol desapareceu. É preciso procurar... É preciso procurar” (Jean Paul Godard, paag. 65, citação de Anita Leandro). Em “ALETRIA” – Revista de Estudos de Literatura”, Edit. UFMG, Belo Horizonte, MG, 2001. AMIR LABAKI: Arnaldo Jabor ocupa as páginas 175 e 176, com o texto “Carmen Miranda – Bananas Is My Busines”, do qual pinço alguns trechos: “Helena Solberg e David Meyer... Redesenharam não só a ascensão e queda de Carmen Miranda, mas também um retrato de nossa fragilidade... Como era e é frágil o Brasil, tão desamparado diante dos desejos estrangeiros, tão mal filmado, tão mal preservado.. Nos filmes antigos passa a sensação de que todos morreram sem conhecer os seus melhores dias. Mesmo os filmes de ficção são documentários de nossas carências...”. Em “O Cinema Brasileiro”, edição Publifolha, texto em português e em inglês, de 222 páginas. São Paulo, SP, 1998. PAULINE KAEL: O livro é de 568 páginas, sendo 60 delas de três colunas cada, referentes ao Índice Remissivo dos títulos originais dos filmes resenhados pela Pauline – e um Índice Onomástico, citando 1.200 filmes vistos em 1.001 noites. “Mestra da sinopse, Pauline Kael consegue contar-nos, nos limites de um livro, o que são oito décadas de filmes, quem está neles e por trás deles, e refletir, rápida mas inteligentemente, sobre o que cada um deles significa. Ninguém mais fez isso, ninguém mais seria capaz”. Palavras de William Shaws, na página 12. É um livro que busca não apenas informar e sugerir, mas também motivar: transformar leitores curiosos em expectadores apaixonados e deixar claro que a pressão é imensa, o tempo é curto e o número de filmes que devem ser assistidos se tornou realmente grande”, - palavras de Steven Jay Schneider. De minha parte (LB), cinéfilo inveterado desde à infância, contei e conferi que dos 1001 filmes assisti nada menos que 878, ou seja, da relação só não vi 123 filmes. Além dos que vi na televisão, em vídeo-cassete, em DVD e cine-clubes, nunca perdi um bom filme nos lugares em que vivi depois da adolescência: Belo Horizonte, Salto Grande onde até mesmo projetava filmes nas noites ao ar livre para gáudio dos operários das obras de construção da maior usina hidrelétrica de Minas, na época (1953 a 1958). Continuei a ver filmes em Uberaba, Cachoeira Dourada e em Divinópolis,onde vivo desde 1966. Em: “1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER”, Trad. de Carlos Irineu da Costa, Fabiano Morais e Lívia Almeida, Edit. Sextante, Rio de Janeiro, 2008.