DESCRENÇA
No alto do céu está o fundo do mar. Parreiras de uvas transbordam nos barrancos, oferecem seus cachos maduros aos comedores de bagaços. A cidade que uma vez abriu-me os braços, agora encolhe suas ruas repletas de fatais automóveis. Sobre a cabeça do proscrito paira a névoa da descrença nas instituições. Ele almeja apenas sumir de vista. Na encruzilhada dos sofredores ele carrega um porco espinho na alma, acirrando as insoluções pensamentais. Só se avista coisas medonhas nos lugares das pessoas: um lobo na cara do vendeiro, um galho de espinhos no lugar de uma velha casa. Um campo desmatado no lugar da rua. Assim mesmo ou então uma rua desdeixada no lugar do campo desmatado.
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