segunda-feira, agosto 29, 2005

O ENGENHOSO FIDALGO

Como os velhos senhores dos arraiais mineiros que não comem nada amanhecido que pedem água à mulher na janela da casa não pela sede da água mas pela fome na mulher, Ele reassume a juventude, ainda que tardia Possuído de nova força e altiva lucidez. Pertinaz enamorado das virtudes Escanchado no trotão cochilante Ele, Tiradentes aqui, Dom Quixote lá Socorre os desvalidos e os injustiçados A investir contra os moinhos de ferro em brasa Às vezes moído de pancadas,os miolos minguados Mas nunca rendido aos vilões contumazes. Dom Quixote das manchas espanholas Tiradentes dos prados e montes e rio Um e outro, lá e aqui Afrontadores de perigos, amparo dos inocentes A repetirem a saga andante das proezas A relavrarem as terra já exauridas: Nenhum deles poupa a vida para ganhá-la (como Jesus em plagas mais distantes): Uma vez recalcados os revezes, alto lá! Lá no alto, encantados, a cantar a luta Do sonho que um dia será realidade.