segunda-feira, agosto 29, 2005

30 - AMA-ME! (*)

Você aí, a passar na contramão: salva-me, ama-me ao menos por um instante! ama-me que estou perdido dentro de mim, sou uma tristeza na rua e nas entranhas, sou um trapo do que sobrou de mim. Ama-me mas seja realista e amena de ânimo, condolente, sabendo que ninguém me quer. Tenha os olhos fortes e doces, Para ver de perto meu coração. Ama meu cálice amargo Penetra-me além do rosto Ama-me Sou um lugar desmatado e erodido.

(*) Paráfrase do poema “Canção”, de Louise Bogan, tradução de Abgar Renault, publicado no livro “Poesia dos Estados Unidos”, de Oswaldino Marques, Edições Ouro, RJ, l956.