domingo, fevereiro 19, 2006

MEL E VENENO

Fragmentos. 1994.

1 – O Sono exangue Raramente perco o sono por causa da fome dos deserdados e da indigestão dos poderosos. Raramente perco o sono porque sendo um dos deserdados, só vou para a cama depois de muito pelejar contra os ímpios e seus escusos negócios - já quase morto de canseira e de sono. 

2 – As Águas, As Águas Enquanto me alimento da visão de teus seios dentro da roupa, desnudos sob a roupa, a noite pode despedaçar-se na montanha e tudo acontecer fora de mim. A umidade quente dos lábios a labareda clitórica da língua a seda da nuca, a perola do pescoço os seios desnudos sob a roupa. O brilho-oásis d umbigo, o reino encantado do púbis da vulva da vagina a cópula de setecentos orgasmos: quem me dera outra tarde igual!