domingo, maio 21, 2006

AGAPANTO IRREAL NOS CABELOS

As correntes de ar que passam em teus cabelos abrem meus olhos já de manhã para os buracos que minhas palavras cavam na solidão dos desejos. O que essa moça é na ordem dos seres? O que ela tem que as outras não têm? uma canção pueril nos joelhos? Uma flor no fundo entrelaçado dos cabelos? Um beijo em sua alvura mais íntima? Uma sombra nos olhos de meiga-flor? As asas de cores que circundam teu corpo interceptam minhas palavras que palmilhavam a conformação de tuas prendas, dos pés à cabeça, que palmilhavam para conhecer os vales e as montanhas que me chamam dia e noite para ocupar o lugar do meu destino, que tanta falta me faz.