sábado, novembro 18, 2006

PERENIZAR A JUVENTUDE (*)

O tempo voraz que ao leão amolece as unhas e obriga a terra a devorar os próprios genes. Que ao tigre desgarra os fincantes dentes e que vive a queimar o que depois ressuscita. Teus pés velozes abrem os caminhos no mundo, entristecendo as alegres estações climáticas. É assim que imprimes no eterno o transitório. E é aí mesmo que levanto minha voz bem alta: De minha amada não ouses vincar a pele, nem hoje ou amanhã endurecer-lhe o semblante. Antes, deixa-a intacta, a seguir adiante, como padrão de beleza nos dias do futuro. Assim seja! E se assim não o fizer, encarrego-me de mantê-la em meus versos jovial e bela, sempre!

(*) Paráfrase de um Soneto de William Shakespeare.