domingo, março 25, 2007

ILUSTRES ANTEPASSADOS

Quando pesquisei (durante seis anos) os dados genealógicos para escrever e publicar o livro “Família Oliveira Barreto”, tive de peneirar a multidão de dados colhidos em quase 50 cadernos de 100 páginas nos cartórios, paróquias, cúrias, arquivos públicos, jornais e livros e mais livros. De sorte que quando dei por encerrada a pesquisa (que certamente nunca tem fim), fui obrigado a deixar preciosos dados de fora, isto para não complicar as linhas parentais de descendência, ascendência e colateral dos antepassados paternos e maternos. Mas hoje, fazendo um expurgo do material repetitivo e até desnecessário aos recursos de novas consultas, deparei com a parte da filiação fora do casamento (ilegítima, segundo os trâmites legais) de minha tetravô paterna, a magnífica e bem-amada Rosa Angélica da Luz, filha de Luiz Pinto da Costa (fidalgo português) e de Anna Perpétua de Oliveira (descendente de bandeirantes constantes na lista da chamada nobiliarquia paulistana). Ela devia ser de uma formosura incomum, arrebatando em estado de solteira o coração do todo-poderoso Capitão-Mor Pedro Teixeira de Carvalho, filho do casal português Gaspar Teixeira de Carvalho e Anastácia, dono da famosa (e aurífera) Fazenda da Ponta do Morro, em Prados, desde 1729, que depois foi palco das reuniões dos Inconfidentes na fase da conspiração e do planejamento. Ele era casado com Clara Maria de Mello, filha de Paulo de Mello Pereira e Mariana da Costa, também portugueses, com quem teve os filhos Gonçalo Teixeira de Carvalho, Capitão-Mor da Villa de São José Del-Rei, e Hipólita Jacinta Teixeira de Mello (1748-1828), heroína da Inconfidência, além de ser esposa de Francisco Antônio de Oliveira Lopes, heróico e degradado Inconfidente. A Rosa Angélica da Luz, confirmava na própria pessoa todos os substantivos do nome, de tal maneira que o Pedro se deixou levar pela paixão diante de tanta atração, e acabou “roubando-a” da família domiciliada em São João del-Rei, levando-a para viver com ele num riquíssimo castelo do Rio de Janeiro. Da união nasceram os filhos, conforme abaixo: 1) Pedro Teixeira de Carvalho, o Moço (1765), figura de escol nas decisões políticas e administrativas da época, ocupando importantes cargos na esfera provincial junto à Corte, merecendo a homenagem póstuma de ter seu nome dedicado à praça principal da cidade de Barbacena, onde morava. Casado com Maria Lucinda, teve a filha Claudina Celestina da Natividade (1787) que, casou-se com Antônio Francisco Teixeira Coelho (1787-1851), filho adotivo e herdeiro universal da citada heroína Hipólita, viuva do Inconfidente Francisco Antônio de Oliveira Lopes. O casal teve 14 filhos: Antônia, Hipólita, Maria do Carmo, Francisco, Pedro, João, José, Maria Umbelina, Maria da Glória, Maria Cristina, Joaquim, Maria da Encarnação, Geraldo e Maria José. Outros filhos de Pedro e Maria Lucinda: 2) Joanna Bernardina Teixeira (1771) cc José Pacheco Faria Braga e depois com o Dr. Guilherme. 3) Anna Tereza (sem informações). 4) Antônio Teixeira de Carvalho (1774), sem outras informações. Meu livro foi publicado em janeiro de 2006 – e até hoje carrego na consciência o pesar de não ter mencionado as pessoas supracitadas, legítimos parentes consangüíneos, por serem filhos e netos de minha pentavó Rosa Angélica da Luz, que depois casou-se com Faustino José de Castro (português do Porto), Solicitador de Causas (advogado), com o qual teve minha tetravó Anna Joaquina Cândida de Castro que se casou com português, também advogado (Solicitador de Causas), Antônio José de Oliveira Barreto, pais de Bernardo José de Oliveira Barreto casado com Josepha Maria de Jesus, e Francisca Lucinda de Oliveira Barreto casada com Vicente Ferreira do Amaral. Creio estar preenchendo assim a lacuna do livro, sabendo que o parentesco é longíncuo, mas comprovadamente consangüíneo. Que a escritura desta nota possa facilitar o rastreamento de um melhor conhecimento, embora tardio, mas ainda necessário sob o ponto de vista da pesquisa genealógica.