terça-feira, maio 20, 2008

MISCELÂNEAS

- A crise política é uma bola a rolar de pé em pé, sempre a marcar seus gols contra. - Pergunta e resposta da mesma pessoa: por que não abraçou o concretismo nem falou mal dele? Porque toda vez que o critico mentalmente, os praticantes dele vêm negritar a página de hermetismos, e assim o diálogo dialético fica impossível. Prefiro deixá-los gravar o nada deles sobre o meu vazio, deixando assim um campo aberto para livres incursões e excursões. - Anedota: a criança afirma: “Mamãe, a senhora está muito acabada!” “Estou mesmo...” A mãe suspira fundo, ao responder. “Mas já fui uma uva, só vendo!...”. “Mamãe, como é que pode? Já vi formiga virar tanajura e siririca, já vi ovo virar galinha, mas nunca vi uma uva virar abacaxi”.... Poemeto?: esse seu outro rosto, de redondidade sedosa e escorregadia, beirando os róseos lados do declive - a redondidade um tanto ou quanto autônoma, como se furtivamente desmendasse do resto do corpo, agora empertigado. A linha de luz nos pés dinâmicos, o volume de oferendas nas mãos. As palavras audíveis e legíveis do olhar, a lícita, a tácita revelação repentina e prolongada, do início de um esclarecimento interligado às rutilantes obscuridades sentimentais. As Crendices Populares: - A cobra ferida se esconde, e escondida fica muitos anos jurando picar a pessoa que a ofendeu. - Quando vai beber água, a cobra deixa o veneno numa folha. Quem encontrar o veneno, e o levar consigo, jamais será ofendido por cobras venenosas. -Matar sapo é chamar chuva exagerada. - A água de mina seca se se matar a jia que mora lá e que é a mãe da mina. Modo de mandar a chuva embora: soprar levemente a mão fechada na direção da nuvem, abrindo-a vagarosamente. - Modo de chamar chuva: soprar levemente a mão aberta na direção da nuvem, fechando-a vagarosamente. - Quando se espirra a alma sai do corpo. É por isso que se diz: “Deus te ajude!” É para que a alma volte ao corpo. - A criança que é pulada, não cresce. - O cão uivando sem motivo está vendo almas do outro mundo. - Na poeira do redemoinho o capeta aparece dançando. - Se a orelha direita queima, alguém está falando bem da gente. Mas se é a esquerda que queima, é porque falam mal. Nesse caso é só morder a barra da camisa que o falador morde a língua e cala. - O desenho do Signo de Salomão na frente da porta da casa espanta a presença do diabo. - Quem dá e depois toma, fica corcunda. - Bater na mãe faz a mão secar. Se você sonhar com a namorada, é só virar o travesseiro que a ela também sonhará com você. - Quem cochicha, o rabo espicha. - Quem deve a Deus, paga ao Diabo. - Quem quer pegar um pássaro, não chega dizendo xô. - Temos que amar a desigualdade. Nem os dedos das mãos são iguais.