PASMACEIRA
Se ainda estamos neste baixo astral de terra magoada, amassando o barro de todo dia enfadonho, expiando culpas no cartório e pecados na sacristia: é porque não somos flores que se cheire, não é mesmo? Somos o ranzinza caído e pisoteado: o torpe vencedor ou reles vencido? O vento que sacode as árvores do quintal, pode ser o sopro de nossos obsessores da baixa atmosfera, que azucrinam nossas idéias, aguçam os nossos males que disparam infartos e derrames contra a nossa debilidade. O dia é longo neste envoltório de gazes densos, que atravessam o rio das fezes e das urinas... Por que a morte definitiva não vem de uma vez? Em seu lugar vem o tempo retrógrado, a eternidade em pedaços esfarrapados.
2 Comments:
Ô, meu amigo! O pessimismo às vezes nos faz ser mais presentes na realidade, às vezes dói, às vezes nos alerta de que estamos vivos... uma pessoa tão produtiva e ativa como você possivelmente tenha se ausentado da pessoalidade para escrever este poema. Ou será que? ou então foi? Mil possibilidades... Sempre me encantam suas palavras. Marilda Mendes.
Dom Lázaro Barreto,saudações!
Ah,se todo o pessimisimo dessa
vida fosse igual a esse seu poema,transparente e concreto,
frágil e forte...lindo...
"Que maravilha viver!"
Um grande abraço,Leonor Vieira-Motta
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