segunda-feira, maio 12, 2008

PASMACEIRA

Se ainda estamos neste baixo astral de terra magoada, amassando o barro de todo dia enfadonho, expiando culpas no cartório e pecados na sacristia: é porque não somos flores que se cheire, não é mesmo? Somos o ranzinza caído e pisoteado: o torpe vencedor ou reles vencido? O vento que sacode as árvores do quintal, pode ser o sopro de nossos obsessores da baixa atmosfera, que azucrinam nossas idéias, aguçam os nossos males que disparam infartos e derrames contra a nossa debilidade. O dia é longo neste envoltório de gazes densos, que atravessam o rio das fezes e das urinas... Por que a morte definitiva não vem de uma vez? Em seu lugar vem o tempo retrógrado, a eternidade em pedaços esfarrapados.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ô, meu amigo! O pessimismo às vezes nos faz ser mais presentes na realidade, às vezes dói, às vezes nos alerta de que estamos vivos... uma pessoa tão produtiva e ativa como você possivelmente tenha se ausentado da pessoalidade para escrever este poema. Ou será que? ou então foi? Mil possibilidades... Sempre me encantam suas palavras. Marilda Mendes.

11:45 AM  
Anonymous leonorvieira-motta@uol.com.br said...

Dom Lázaro Barreto,saudações!

Ah,se todo o pessimisimo dessa
vida fosse igual a esse seu poema,transparente e concreto,
frágil e forte...lindo...

"Que maravilha viver!"

Um grande abraço,Leonor Vieira-Motta

10:35 AM  

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