quarta-feira, setembro 24, 2008

A FLAUTA MÁGICA DE MOZART E BERGMAN

Veja e sinta a abertura de um céu ensolarado e enluarado, repleto de anjos na inocente sensualidade de suas nuvens musicais... Os acordes em surdina, os circunlóquios insinuantes, as expressões faciais diferenciadas... As pessoas são lindas, movidas pelo toque da fluidez dos arroubos sinfônicos... O embevecimento da criança no rosto do idoso, as copiosas feições da benevolência, a esperança de novas saudades... As fagulhas visuais e sonoras na alegria dos faunos, na formosa mobilidade das moças e dos rapazes, no sonho realista das beatitudes: elas e eles cantam rindo, as vozes em auréolas circundam as figuras do amor dos corpos e almas aladas e aliadas. De repente cada momento é em si eterno, na permanência da recordação. O sonho com o sono se enovela. Pamina e Tamino: o amor na raiz da sabedoria brilhando no espelho triangular das vozes líricas, assegurando a vinda de cada manhã, dia e noite, noite e dia.