RENÚNCIA
Só de pensar em suspender a lida literária (dar um tempo aos acicates e impulsos desmedidos), senti-me derrapando num vazio seco e ríspido. Parar de ler e de escrever? Por que? É impensável. O forçado imobilismo me atordoa! E o desestimulante ineditismo? Não tenho mãos para bater nas portas fechadas das editoras? E então? E daí? Esturricado no calor e no frio da inaptidão para exercer outros ofícios, execrando e refutando a trabalhosa inanição de nunca mais manusear a vontade do pensamento que aciona os volantes e os pedais flexíveis da vívida sensualidade, da impreterível libido, - (ora pois!) – o que restará de minha insolvência nos dias seguintes ao da morte em vida?
2 Comments:
Peraí, mas você é imortal, ora pois!
Blogamigo Lázaro, nem pensar coisas dessas!!!!
Olha, certa vez eu ouvi dum grande cabeça brasileira, que “Pior do que não fazer alguma coisa é começar e parar no meio.”
Se você parar de escrever essas coisas lindas que tem nos dado, e que eu só muito recentemente o garimpei, LHE PROCESSO!, e o farei não obstante a sua proteção em todos os incisos do artigo 5° da Constituição Federal, que diz dos direitos e deveres individuais e coletivos !!!
E mais, PROCESSO porque você estará infringindo, em especial , meu direito constitucional, inalienável e único de seguir aprendendo com um mestre, VOCÊ!
PROCESSO também porque, seu silêncio me deixará a mercê dos ventos moucos e as chuvas pedrosas de minha ignorância tão nova ainda, e tão necessitada das luzes que me dá...
Então, ficamos assim entendidos, tudo bem? !
Ah, derradeirando; nem tente, porque não farei acordo nem em audiência presidida por togado, eis que este último lhe será menor... Apenas aceitarei se houver uma justificativa absolutamente plausível, com provas robustas, irefutáveis...
Essa de Editoras com portas fechadas não acatarei, mormente porque elas estão em período de recesso de seus dirigentes, e as mentes cultas que por lá trafegam, certamente se encontram em férias...
Ah, se eu perder o processo, recorrerei a todas as instâncias!!
Nunca nada transitará em julgado!!!
Vou infernizá-lo até que retome a pena, o lápis, as duras teclas de suas amiga Olivetti ou Remington, ou de seu tão recente companheiro que, de tão eficente, grandioso, por ironia leva o nome de “micro”...
Tollitur quaestio!
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