segunda-feira, março 23, 2009

A BELA E QUERIDA UBERABA

Não sou um estudioso da literatura, apenas um amante dela. Não sabia que Campos de Carvalho (o renomado autor de “A Vaca do Nariz Sutil”) era uberabense, sequer mineiro. Agora, depois de saber da naturalidade do inspirado poeta e escritor de ressonância nacional, Uberaba ainda mais se engalana culturalmente, na minha opinião. Lendo os poemas dele no livro de Guido Bilharinho “A POESIA EM UBERABA: Do Modernismo à Vanguarda” (edição do Instituto Triangulino de Cultura – Uberaba, MG, 2003), sinto que eles atingem a expressividade qualificativa dos eternos problemas e soluções que afetam os seres humanos de todas as épocas, perenizando o legado que o Guido tanto valoriza, das indagações que nos acompanham, sempre, nas ocupações e nas preocupações. Sentimos o impacto da temática que ainda hoje motiva as claras perguntas e as difusas respostas de nossa terrena existência. Para se ter uma idéia da rica e diversificada poética da bela e querida Uberaba é recomendável examinar os textos do livro, que vão da página 41 à última (325), anteriormente publicados em livros e jornais a partir dos anos 40 até os anos 90. Mesmo assim, sem citar Cacaso (Antônio Carlos de Brito (1944-1987), poeta maiúsculo e parceiro musical de Edu Lobo, Djavan, Joyce e Jobim; e Mario Palmério, autor em prosa de duas possíveis obras primas “Vila dos Confins” e Chapadão do Bugre”. Na relação de autores nascidos e radicados no município, com textos publicados neste livro consta, além do referido Campos de Carvalho, os seguintes: Santino Gomes de Matos, Moacir Laterza, Jorge Alberto Nabut, Xico Chaves, Paulo Vicente de Souza Lima, Carlos Roberto Lacerda, Terezinha Hueb de Meneses, Olívio Tomain Neto, Maria Aparecida dos Reis Lisboa, Hugo Maciel de Carvalho, José Humberto Silva Henriques, Tony Gray Cavalheiro, Juliano Bologna, Marcos Bilharinho e André Luiz Fernandes da Silva. Sei muito bem que Uberaba é um celeiro de celebridades, também, em outras áreas de atividades. Vivi lá na minha primeira juventude e o somatório de recordações é tão grande e intenso que exigiu de mim um esforço difícil e compensador de tentar exprimir aquela quadra da vida em mais de uma centena de páginas da segunda e última parte de um romance inédito (“Tentação Noturna – Memórias de Um Cinéfilo”), no qual procuro retratar, em parte, a paisagem urbana da cidade no início da década de 50. Mas estávamos falando de obras publicadas e não das inéditas. Perdão.