A CHUVA (*)
Ela agora, depois de prover-se na lagoa, recompõe nossas células, refresca a chama mórbida, a tensão dos espetos. Os patos ficam mais alvos, um bambu canta na moita, a manga amadurece de repente. Ela agora reúne as fases do tempo e malha o coração de ferro, umedece as estruturas metálicas, lava o ar e o chão da cidade que nos apodrece. Sem resíduos e aderências, ela está vindo de outro século e cai na grama do terreiro. Depois ela vai para o mar - e no-la esqueceremos.
(*) Escrito em 1983, que ainda subscrevo in totum.
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