sexta-feira, março 27, 2009

COMO O DIABO GOSTA

1 – Abaixo a Pedofilia! “Os homens não melhoraram/ e se matam que nem percevejos” – assim poetava Drummond, décadas passadas, no decurso de sua exposição do sentimento do mundo. Está cada vez pior, é o que constatamos diariamente através das dolorosas experiências nos relacionamentos pessoais e do testemunho do noticiário da imprensa falada, escrita e visualizada. Cada vez pior. Agora, além dos crimes hediondos dos políticos e dos trapaceiros monetários e dos traficantes e lobistas, estamos defrontando o desnudamento (há quando tempo descuidado!) da infame (e põe infâmia nisso!) da pedofilia, um ato tão vil que nem mesmo os animais ditos (erroneamente) irracionais cometem. “Estima-se que, no Brasil, a cada dia, 165 crianças ou adolescentes sejam vítimas de abuso sexual. A esmagadora maioria deles, dentro de seus lares” – assim está na reportagem da VEJA (edição 2105). Exagero? Creio que não. Qualquer observador do comportamento humano nas ruas das cidades pode testemunhar os constantes assédios velados e explícitos dos marmanjos desocupados nas esquinas (figuras nojentas de pançudos, grisalhos, descarados), paquerando as mulheres que passam, principalmente as bonitas e as de roupas cavadas no corpo naturalmente rebolante, os sacanas jogando indecorosas frases feitas e piadinhas manjadas, de mau gosto, indecentes. Outro dia mesmo presenciei uma turma de desabusados pilantras numa das esquinas de uma rua do centro, constrangendo uma adolescente que passava com sua roupa (inocentemente?) provocativa, e um deles, pinguço e barbudo, falando alto aos colegas, para a mocinha ouvir: “Uma carninha macia assim é que meu médico recomendou para a saúde de minha idade”. Enquanto os outros riam e debochavam, a mocinha abaixava a cabeça sem saber como trocar os passos no passeio esburacado. Uma cena comum, infelizmente, em vários pontos públicos da cidade. Lembro-me dos operários na construção de um prédio vizinho à minha casa, do alto de um prédio em construção, “mexendo” com as mulheres que passavam na rua, incluindo as meninas. Uma delas, uma vez, em resposta às exclamações indecorosas dos meliantes, respondeu, gritando a chamada pedra noventa, seguida da justa definição: “cambada de tarados!”. A reportagem da revista acentua que, pela internet, a corrupção de menores é ainda mais intensa e freqüente. Só nos últimos dois anos uma ONG destinada a combater a pedofilia online no pais “recebeu denúncias sobre 109.000 páginas eletrônicas com conteúdo pornográfico infantil”. Porca miséria, heim? Um crime assim mereceria uma condenação bem à altura da hediondez, não? Pena de morte ou imediata castração do culpado? 2 - A Classe Dirigente. A classe dirigente, em todo o mundo, só dirige para si mesma? Ao longo do tempo, a classe dirigida vai e volta, continuamente, de Herodes a Pilatos. Isso na idade primitiva, na clássica, na média, na moderna. Os cabeções mandam, os cabecinhas obedecem. Os regimes políticos mudam, mas o figurino da convivência social é sempre o mesmo: quem pode, pode; quem não pode, sacode. Quando os ativistas ideológicos saudaram o comunismo como uma salvação, deram com os burros na água, como se diz. Depois surgiu, como num passe de mágica, o tal de liberalismo econômico atrelado à tal de globalização e à chamada economia de mercado. O céu chegou a ficar todo azul e a terra toda ensolarada. Passaram-se alguns anos e a lua de mel entre o capital e o trabalho nas entranhas da rentabilidade econômica esfarelou de repente – e de repente estoura, como uma bolha de brincadeira infantil a crise econômica, a mostrar que toda a estabilidade e todo o enriquecimento das nações não passavam de castelos na areia. A louca ventania desabou sobre as bolsas de valores, quebrando os bancos e as empresas, e de repente o cenário é o que agora se nos apresenta: nublado, com chuvas e trovoadas, mundialmente. E logo, como que por encanto (ou desencanto?) a quebradeira dos patrões atônitos e o desemprego dos trabalhadores ainda mais atônitos, lança no ar a universal pergunta, em três variáveis: quem errou? Como errou? Por que errou? De minha parte a pergunta é mais simples: por que o simples ato de viver é tão complicado assim? Como extirpar as caraminholas nas cabeçonas do pessoal da chamada classe dirigente?