O DIA DOS FILHOS
Há cinco
anos que ganhei de minha filha uma camisa amarela (e este foi apenas um dos
incontáveis presentes que tenho recebido dela), que visto continuamente por
assentar-me muito bem. Sempre impecável na cor e na inteireza. Minha filha
sempre jogou no time dos perfeccionistas: os melhores desempenhos nos cursos,
estágios e empregos, ao longo dos anos. Quando nos ciceroniou numa inesquecível
viagem à Portugal, foi metódica, cordial, perfeita. Agiu como se conhecesse
todo o País, seu sistema de acomodações e de transportes e, principalmente, seus
principais pontos maravilhosos de turismo. O filho, igualmente metódico e
persuasivo, destaca-se pela vocação científica. Em criança queria saber o que
ainda faltava para ser inventado (queria suprir a lacuna). Desmontava os
brinquedos para remontá-los em seguida e assim entender a engrenagem mecânica
deles, adquirindo novas idéias e imagens em seu prematuro currículo. Até hoje é
assim: vivendo em São Paulo corrige os defeitos em nossos eletrodomésticos
através de simples telefonemas. Está muito feliz em sua especialidade
profissional, realizado e realizando as demandas tecnológicas de nosso tempo. É
por tudo isso que percebo no calendário anual consagrado às homenagens aos
acontecimentos e aos seres nos Dias disso e daquilo, a ausência de um DIA DOS
FILHOS, celebrando e festejando as realizações e a importância dos mesmos a
favor da vida familiar e social em todos os tempos e lugares do mundo. Se
existe o Dia das Mães, dos Namorados, dos Profissionais disso e daquilo, por
que não se admite no calendário oficial o DIA DOS FILHOS? CIVILIZAÇÃO?
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