terça-feira, abril 25, 2006

O SOM DE NEGROS EM CUBA (*)

Quando chegar uma das luas cheias de teu olhar ao som dos nativos de Cuba no Caribe irei a teus lábios escalando teu corpo de formas emboscadas. Quando os pingos da água na folha do inhame forem rosas de maio de doze pétalas cada irei a teus lábios. Irei a ateus lábios pelos cinco caminhos da beleza de teu rosto: os olhos, fontes de auréolas o nariz dos merecidos beijos os lábios que comprimem e reviram os dentes de imprecisas romãs a língua, pétala clitórica, fita de palavras imprevisíveis. Irei a teus lábios. Sempre digo que irei a teus lábios, ó lenitivo das horas montanhosas! ó manacá na serra das hortênsias! Sempre a ler a caligrafia das rugas rubras irei a teus lábios. A seguir as incisões da água e do vento na pedra (esse livro de folhas coladas) irei a teus lábios. sempre digo que irei a teus lábios no calor temperado de folhas verdes. 

(*) Paráfrase do poema de Federico Garcia Lorca.