Aquarela - Lázaro Barreto
AQUARELA - Lázaro Barreto
Deitado no seu colo, verdes
relvas de brisas me afagando,
vi o desenho
das canções nos cristais do vento.
O vento que trazia as águas
para perto do nosso amor.
Deitado no seu colo, à sombra
do rio, seus verdes olhos verdes.
Dois peixes na superfície,
dois seios na profundidade.
Agora longe do rio e de mim
ela canta em alguma parte.
Mesmo ausente, ela canta
e o rio ressoa e tansborda.
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