sábado, junho 03, 2006

UM PAR DE ROLAS

Depois de ler seus olhos que prisma cairá das nuvens na janela onde anda a mentação deles que são intensamente como abrir na maçã as uvas Depois de narrar o desterro dos potros, de descrever a suástica nas rezes, não sei mais captar o entreluzir da permuta poética entre o oriente e o ocidente nas noites de um celibatário A maratona dos desejos não tem fim Não há quem possa resistir aos cantos mais fisiológicos das sereias na meia-luz de um quarto supostamente de dormir, aberto pela janela ornada de peras pensas Depois de pintar o arco da íris nenhuma dor riscará o sítio onde as penas são folhas e as flores nunca foram aos lugares mais tensionados A alma que tinha ido ao céu volta da metade do caminho para usufruir dos prometidos beijos carinhosos Depois de ler seus olhos em sentido contrário nunca mais serei o mesmo contrastante nunca mais direi que desta água não bebo e que esta boca não é a minha Pois que seus olhos são dois seios fitando-me de noite Pois que eles são de quem na janela é delgada e pensa as feridas os louvores as recompensas Pois que eles são das origens os origmas ao toque do verde rumor de um par de rolas de um par de rolas verdes no dueto de flautas dentro da igreja na hora do ofertório, dentro do quarto na cama do dormitório (Valha-me Deus e Nossa Senhora!) Depois de beijá-los de leve, aqui de longe Eles que são verdes e olhos nas verdes horas do batear das asas, como tenho dito.