terça-feira, junho 20, 2006

CHOVE LÁ FORA

Chuva macia cai lá fora enquanto amamos aqui dentro. Pode até inundar os alicerces da casa amarelar as trepadeiras que sobem na escada apodrecer a porta que me fecha aqui dentro com a vida, a sabedoria e o amor da mulher em dinâmica adoração. Que caia, chuva macia sobre os ramos e ciscos do terreiro enquanto reavivamos a fúria e a doçura do gesto inflamado e melodioso a fusão afortunada do pênis e da vagina o desenho da alma e a canção do corpo. Chuva macia caia nos metais da área de serviços entoa outra canção de amor e sabedoria enquanto amamos aqui dentro cada um a procurar no outro o ponto de partida, a escalada, o despenhadeiro. Caia lá fora enquanto aqui dentro prolongamos o fazer do que é doce no próprio fazer.