MEU BEM CHEGA HOJE 2 (*)
Meu bem chega hoje
As palavras bloqueiam a
passagem do pensamento
Quando, tangendo a fauna do
passado,
Tento abrir uma vereda
Para passar com o meu poema.
Quero dizer que o teu corpo
É a paisagem em que me
debruço,
Para conhecer os rios e as
montanhas
Que me chamam para ocupar o
lugar do meu desatino.
Jogo as palavras para o alto,
Como se fossem pássaros engaiolados,
Que se vão de mim, para longe.
O poema me escapa das mãos
Com ele a sombra e a luz do
por do sol.
Que vêm de longe, para mim.
Toda a montagem de vocábulos
Se estatela, quando teu corpo
Se me aproxima, cheio de alma.
Aí é que o silêncio fala mais
alto.
(*) Versão revista do poema publicado originalmente no livro Mel e Veneno, em 1984.
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