segunda-feira, junho 19, 2006

OUTRA PÁGINA DO JORNAL DO POSTE

 1 – José de Arimathéia Mourão. Humor é vida, é vida mais engraçada, mais vivível. Não é de hoje que conheço e admiro a luta jornalística do José Arimathéia Mourão. Admiro porque sei como e quanto esse ofício é ingrato e de rentabilidade financeira nula e negativa. Mas o nosso amigo nunca desanima – como na letra do samba, ele está sempre dando a volta por cima e chegando onde almeja chegar, perseverante, amistoso e estimulador. Admiro-o porque reconheço que ele não é apenas o escritor de textos (crônicas, poemas, artigos, notas, chistes, reportagens), mas é também o produtor de jornalismo que funda, dirige, publica e distribui, quase sempre com o recurso próprio que, como o pombo-correio de outra canção popular, vai e não volta. Seu livro “O Amor Se Escreve Sem H” (Carta Editora 1992) resume e exprime a sua fé de ofício e sua arte de viver. Porque ele é mesmo assim: confia na humanidade, gosta da vida e do mundo. A coluna de hoje é cedida a ele, para o prazer dos leitores. São picles bem saborosos, vejam. - Toda poesia é tentativa de poesia. - Este não é um país ingrato, esquecido de seus valores. Querem até mesmo erigir um monumento ao cangaceiro Lampião. - Ou aprendemos inglês ou em breve não entenderemos a mídia brasileira. - O Brasil é apenas um erro de português. - As grandes cidades tornam os homens menores. - O desejo acende, a posse apaga. - O vento foi tão violento que apagou os pirilampos. - O problema do menor é o maior. - O governo é tão lento que ainda existem os desabrigados do dilúvio. - Nos planos elevados há quem não acredite na vida antes da morte. - Nas campanhas eleitorais até os bandidos viram santinhos. - É difícil aprender língua estrangeira. É por isso que quase ninguém sabe o português. - Se não existissem os pobres, as prisões seriam desnecessárias. - O Brasil começou a sair dos trilhos quando trocou a locomotiva pelo caminhão. - Amor com amor se apaga. - O político critica na oposição e oprime na situação. - Deus só faz o que lhe permitimos. - Nada melhor do que uma vida depois da outra. - Morrer é reabilitar-se. - O Brasil desmoraliza até as crises. - O governo quer federalizar a receita e municipalizar a despesa. - Enquanto a selva se humaniza, as cidades tornam-se selvagens. - É depois que passam que os anos pesam. - As borboletas são flores voadoras. 2 – Outros Autores. - Os arquétipos de Jung, explicados por Maria de Lourdes Vaz de Oliveira: os mitos e os sonhos da literatura mundial encerram temas bem definidos que reaparecem por toda parte. ( ). São os fluxos energéticos – e quanto mais carregados de cargas afetivas mais nítidas são as imagens de suas representações. Seus efeitos são representados na arte, na música, na religião, nas descobertas científicas e nos padrões de comportamentos. - Segundo Nietzsche, a tragédia grega nasceu de uma conjunção de dois impulsos da natureza humana. O primeiro, o espírito dionisíaco, é um estado selvagem de exaltação e embriaguês, enquanto que o segundo, o ordenado e frio espírito apolíneo, se expressa na beleza formal. O milagre da arte reside no fato de manter juntos esses dois elementos, unificando ordem e embriaguês (Alain de Botton).