sexta-feira, junho 09, 2006

A MENTE, DENTRO E FORA

Mesmo que esteja em apuros de solidão, na janela do quarto que dá para o muro e que se contenha nas lágrimas espontâneas do contemplar e do refletir em circunstância inapelável, você ainda tem a mente em perfeito estado para levantar uma das mãos e enxugar a lágrima que veio sem ser chamada.. A vida é mesmo assim. O viver é que encrenca-se aqui e ali no trabalho no casamento na preocupação mundial. A mente é que é ágil, incorpórea, escapa de qualquer tipo de fechadura, passa da latitude à altitude à longitude à atitude num abrir e fechar de olhos e cataratas. Ainda bem, ora essa. Assim que escapole de um dardo, de uma laçada, alcança uma graça, um abrigo no inconsciente. Ela existe é para isso mesmo. Para exprimir e isolar e suprimir, para driblar as agressões, para que se acorde ileso do sono tenebroso. Individual ela não vai salvar o mundo da baboseira e da barbárie, mas pode muito bem enxugar a lágrima ocasionada pelo descuido de si mesma na atenção que vinda dando aos órgãos e sentidos, aos tecidos fisiológicos de seu portador, de seu portador finalmente de ânimo mais ou menos apaziguado e pronto para as novas incursões pecaminosas.