sábado, janeiro 20, 2007

RODIN E CAMILLE

A porta do inferno abre para a grandiloqüência do horror O homem que pensa aqui é o mesmo que beija ali? Ele, Rodin Ela, Camille : um beijo em forma de pessoas? Ele esteve no inferno antes dela morrer? Não foi de lá que ele a deprimiu? Que a enlouqueceu? Que a matou? Mas... apesar do rombo em si de toda a demonização nele os metais e as pedras falam mais alto são cordas nervos línguas humores são palavras ásperas com a delicadeza dos liames e dos limos e dos caroços que se moldaram nas mãos dele em amargas cóleras de doces eflúvios. Mas... como pode assim do pior conseguir o melhor? ninguém entende ninguém entende porque ele preferia o duro o opaco o surdo e o mudo se mesmo ali, aos pés de Camille ele conseguiria o airoso e o translúcido, o atencioso vocabulário do amor que toda humanidade precisa.